Ham-related stuff. Billingual when I have the mood. Otherwise it will be single-language only.

Papo de radioamador. Vai ser bilíngue quando estiver a fim. Senão, vai numa língua só.

2007-12-12

Solar Powered Battery Charger



Ma, look, I built a solar powered battery charger.


































Part Price Source
5W Foldable Solar Panel US$29.95 eBay
Batt. Charger R$ 95.00 Hardware Store
1.5mm^2; Wire Zero Junk Box
Power Poles US$ 8.00 PowerWerx
Total ~US$83


Now, the specifics.
The solar panel is just that, a 5W, Foldable solar panel from eBay (seller is vitabon).
Quite compact, weighs a bit less than 2 pounds.


Then, there is the trailer connector to PopwerPole, from Powerwerx. Came in quite nice, because I didn't wanted to screw the panel. As you can see, the lead wire is a bit short.


The Y cable I built with powerpole from an unspecified origin.


The battery charger is on of those dual source, ie.: both household AC and cigarette lighter adapter. The plug is one of those fairly standard, altough I don't know the exact dimensions. Negative jacket.


To say this project was costless is an overstatement, but all parts are useable on other settings. For instance, I bought the panel with SLA charging in mind, then I bought the OPP from W4RT, so instead I'll power the FT-817 from the panel while charging the OPP inside the radio.



I have two of those panels, so I can charge batteries on the other, for the camera and GPS.
Yeah, I plan to be pedestrian mobile on the trail with the wife. I'll carry hamstuff, she carries the other panel with battery charger.

2007-09-20

A Chantagem Atômica

O Greenpeace mais uma vez se manifesta a favor do retrocesso. Eles querem que o Brasil jogue no lixo seu programa nuclear. Para isso, recorre a muitas mentiras e outras tantas mistificações.
Confesso que já simpatizei com eles. Tinha 12 anos na época. Depois eu cresci e estudei.


A mensagem do grupo está aqui.


Abaixo vai o texto em vermelho, com meus comentários em azul.


Há 20 anos, dois catadores encontraram uma peça de metal nas ruínas do Instituto Goiano de Radioterapia, na capital do estado de Goiás. Vendida a um ferro-velho, a peça continha uma cápsula de Césio- 137, um elemento altamente radioativo. A cápsula foi rompida a céu aberto, dando início ao maior acidente radiológico do mundo, que ficou conhecido como a tragédia do Césio-137. O Brasil sentia na pele os efeitos devastadores de um acidente nuclear.


O Greenpeace diz entender de meio ambiente, mas pelo primeiro parágrafo dá para ver que não entende muito de radioatividade. O bomba de césio é utilizada em tratamentos radioterápicos. A exposição dos pacientes a radiação é controlada pelo invólucro de chumbo que envolve a fonte radioativa. Cabe dizer que a Comissão Nacioanl de Energia Nuclear - CNEN, controla todos os materiais radioativos em território nacional. Um equipamento radiomédico nunca deveria ter ido parar num ferro velho. Os responsáveis pela clínica deveriam ter dado a destinação correta para aquele aparelho.
De duas uma, ou o Greenpeace não sabe se o acidente foi radiológico ou nuclear. Ou sabe e quer confundir o respeitável público.
Há controvérsias sobre a classificação do acidente como "maior do Brasil". Que dirá "maior" do mundo.


Literatura para os interessados no site da CNEN


Como conseqüência da contaminação radioativa, a Associação das Vítimas do Césio - 137 estima que cerca de 60 pessoas já morreram e mais de 6 mil ainda sofrem dos efeitos da contaminação. Na época do acidente, o despreparo governamental em lidar com a situação foi evidenciado pela demora em identificar a causa da contaminação e pela reação improvisada da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, que continua como órgão regulador e fiscalizador das atividades nucleares brasileiras.


Agora sim. O acidente de Goiânia é classificado como "contaminação radioativa", por quem entende. No caso, é CNEN.

Desde esse acidente, quase nada mudou no controle das atividades nucleares no Brasil e no preparo do Estado para lidar com as conseqüências de acidentes radioativos. É justamente neste quadro histórico de falta de capacidade de controle e insegurança que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia a expansão do parque nuclear brasileiro com a construção da usina Angra 3 e novos investimentos no ciclo de enriquecimento de urânio.


Não sei o quanto mudou o controle. Não seria o caso de o Greenpeace se manifestar junto a CNEN para que fossem aperfeiçoados o controle sobre estes materiais?
Cabe dizer que no caso de materiais radioativos, todo o controle é sujeito ás inspeções feitas por uma agência internacional, a IAEA. Para ver o que acontece quando um país se mete a futucar em energia nuclear e impedir as inspeções, é só ver os imbróglios em que se meteram Iraque, Irã e Coréia do Norte.


Além da questão de segurança, existem diversas razões para não investir bilhões de reais de dinheiro público na aventura nuclear. Conheça a seguir dez motivos para dizer não à Angra 3.


A energia nuclear:


1. É cara e desvia dinheiro de energias limpas. Os recursos gastos na energia nuclear poderiam gerar o dobro de energia se investidos em eólica e quatro vezes mais, se investidos em eficiência energética.


As energias eólicas e solar necessitam de grandes áreas destinadas a implantação de sistemas de geração.
Uma usina núcleo-termo-elétrica ocupa uma fração da área ocupada pelas ditas energias alternativas. Fração que fica ainda menor quando se compara a densidade de energia produzida (algo como quilowatts-hora por metro quadrado)


2. É suja. Mais usinas nucleares significam mais lixo radioativo, e ainda não existem depósitos definitivos para os rejeitos de Angra 1 e 2.


Já existem soluções técnicas consideradas adequadas pela comunidade internacional. Pelo especialistas, bem claro. Não pela tia do café. Ou os caras do Greenpeace.


3. É perigosa. Chernobyl e o caso do Césio em Goiânia são apenas alguns dos inúmeros acidentes que marcam a história da energia nuclear.


Isso é delinquência ideológica. O projeto da usina de Chernobil (uso a grafia portuguesa, não a inglesa) era defeituoso e defasado. O acidente que aconteceu lá foi provocado e amplificado pela presença de grafite nas hastes de controle, coisa que não acontece nos reatores de Angra. O acidente em Goiânia foi uma contaminação radioativa. Não tem nada que ver com a energia nuclear.


4. Facilita o desenvolvimento de armas nucleares. Os países que têm o domínio do ciclo de urânio podem desenvolver uma bomba atômica.


O Brasil é signatário do Trratado de Não Proliferação de Armas Nucleares desde 1998. Desde 1988, no entanto, a Constituição proíbe o Brasil de possuir armas nucleares.


5. Gera instabilidade geopolítica. A energia nuclear gera uma corrida entre países vizinhos e/ou rivais.


O Brasil é signatário de vários tratados com seus vizinhos, e de tratados regionais sobre os usos pacíficos da energia nuclear.


Sobre este ponto e o anterior, é esclaredor o artigo no site do Ministério das Relações Exteriores.



6. Não resolve o problema das mudanças climáticas. O ciclo total da indústria nuclear gera emissões de gases estufa. Além disso, seria necessário construir mais de mil novos reatores em pouco tempo para substituir as fontes fósseis, o que é impraticável.


Há controvérsias sérias sobre o aquecimento em si e suas causas. Essa coisa de ciclo de vida é muito bonito em teoria. Mas na prática é impossível saber quanto é a produção de "gases estufa". No Brasil, a consideração sobre substituição de fontes fósseis é insignificante. A participação dos combustíveis fósseis e Biomassa (que geram monóxido e dióxido de carbono) na geração elétrica brasileira é pequena. Aqui, petróleo vira combustível para a frota de automóveis e caminhões.


7. Não gera empregos. Para cada emprego gerado pela indústria nuclear, a indústria eólica gera 32 e a solar, 1426.


A indústria nuclear movimenta desde setores como a mineração, produção de equipamentos industriais, montagem, caldeiraria, construção civil, engenharia de materiais, sistema eletrônicos de controle e instrumentação. Não se pode desprezar toda esta atividade econômica. Inclusive, há que se dizer que o Brasil possuir tecnologia em todas essas áreas, enquanto a produção de painéis fotovoltáicos e turbinas eólicas ainda é toda importada.


8. É ultrapassada. Vários países do mundo, como Alemanha, Espanha e Suécia, vêm abandonando a energia nuclear.


Desde o ano passado vários projetos de novos reatores ganharam novo fôlego, tanto na Europa quanto no Estados Unidos. Tanto Europa quanto Estados Unidos já sofreram acidentes em suas instalações nucleares e tem ampla experiência em sua operação. Não deve ser tão ruim como diz o Greenpeace.


9. É rejeitada pelos brasileiros. Pesquisa do ISER mostra que mais de 82% da população brasileira são contra a construção de novas usinas nucleares.


Como disse Homer Simpson, é possível provar qualquer coisa com estatísticas.
Já perguntei ao Greenpeace, mas não me responderam: quantas pessoas foram entrevistadas, quando, onde e como. Quem eram os entrevistados, qual seu nível de escolaridade, classe social, sexo. Essas coisas ajudam a avaliar a validade de uma pesquisa.a Do jeito que o Greenpeace cita, parece que perguntaram a todos os brasileiros, o que obviamente não é o caso.


10. Não é renovável! O relatório Revolução Energética mostra como eliminar a energia nuclear e as térmicas a carvão e óleo da matriz elétrica nacional.


Com o reprocessamento do combustível nuclear, ela passa a ser renovável. Só que o Brasil não tem essa tecnologia. Pelo visto nunca terá. Um dos subprodutos do reprocessamento do combustível nuclear é o Plutônio. Esse sim é um bom material para fazer bombas nucleares, mas é também um bom combustível para os reatores nucleares, sem precisar fazer nunhuma alteração.


Novamente, essa preocupação não se aplica ao Brasil, que tem uma das maiores reservas mundiais de urânio em seu território. Essa é uma preocupação para França, Israel, Alemanha e Suécia, que não tem grandes reservas de urânio. Estados Unidos e África do Sul também possuem grandes reservas.


Enfim, contra a mistificação, a verdade. Use a cabeça.